Chefe da diplomacia da UE diz que Morsi "está bem"

A chefe da diplomacia da UE, Catherine Ashton, afirmou hoje, no Cairo, que o ex-presidente Mohamed Morsi, mantido num lugar secreto pelo exército há cerca de um mês, "está bem" e "tem acesso à informação".
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"Moris está bem" e tem "acesso à informação", através dos 'media', declarou, numa conferência de imprensa depois de uma reunião de duas horas com o ex-chefe de Estado islamita no local onde se encontra detido.

Ashton recusou dar pormenores sobre a localização de Morsi.

Morsi não é visto em público desde que foi destituído e oficialmente não recebeu qualquer visita. A família lamentou, recentemente, não poder visitar o ex-presidente.

Na anterior visita à capital egípcia, a 17 de julho, Ashton pediu a libertação de Morsi e lamentou não ter podido reunir-se com o antigo chefe de Estado.

Chegada no domingo à noite ao país, a responsável europeia manteve encontros com as novas autoridades egípcias e membros de formações islamitas próximas de Morsi.

Estes últimos indicaram, em comunicado, ter prevenido Ashton de que "o povo egípcio não sairá das ruas e das praças até ao regresso à legitimidade constitucional".

Desde que foi destituído a 03 de julho, os apoiantes de Morsi, membro da Irmandade Muçulmana, organizam regularmente manifestações, manchadas pela violência, e concentrações, em várias praças do Cairo.

Apelaram para a realização de uma manifestação "de um milhão" de pessoas hoje para exigir a reinstauração do primeiro presidente eleito democraticamente no país.

A crise política no Egito agravou-se recentemente com a morte de 72 civis e um polícia em confrontos entre apoiantes de Morsi e as forças de segurança, no sábado, no Cairo.

O poder ameaça dispersar à força as concentrações islamitas instaladas há um mês na capital, acusadas de serem focos "de terrorismo", e que fazem recear novos confrontos mortíferos.

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